27 April 2007

Manhã

Desce a neblina na frieza da manhã. A mão gela na viagem da gola ao bolso. O nariz cora e os olhos adormecem numa mistura de sonho e vigília.

São 6 da manhã…
As batidas do relógio acompanham os passos do vaguear pela rua deserta. Vislumbro o primeiro vulto de alguém na aproximação da estação de comboios. Cruzamo-nos sem dirigir palavra ou olhar…

Somos um vulto! Uma sombra!
A indiferença habitual da cidade que é diluído pela sonolência.

Nasce o sonho da vigília matinal
Na diferença humana natural

Evanescem os
vultos deformados
Sombras de seres conformados

A cada passo o som ecoa
A cada
passo a forma destoa
A cada fôlego a sombra foge

A cada fôlego o vulto morre

Cresce a lata em meu redor
Surge o ruído de suor

Dos motores alimentados

Por caminhos desejados...

26 April 2007

Ao ritmo da letargia
Mais uma volta em rios púrpura
Andando em ironia
Sobre caminhos de pústula

Andamentos circulares
Numa
noite de acalmia
Saltitando a jugular
Numa pausa de alegria

Sobe a dança a colina
Aquela crepuscular
Naquela raça
felina
Em anseios a circular

Nasce a lua envolvente
Num rasto de negridão
Sobre a crista nascente
E a cidade de latão

24 April 2007

The stain of the Rose

One drop in a rainy day
And the tears are led astray
In the mist of the autumn light
Amid the rose garden of delight

So the red stained the ground
Over the nature that goes around
In cycles of vicious darkness
Over decades of loneliness

As blood it has involved the streams
At the movements of the screams
And the green turns in crimson
As steel forged in brimstone

There the river slowly flow
Where the weight takes its tool
The thorns carved the side
In the river of my pride

Upon a crown of thorns I lay
In the spell of my dismay
Embraced in a bed of roses
In that breath that gradually closes…

20 April 2007

Grita! Grita! Grita! by André de Brito

"Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!Grita, grita com
Força!!! Grita, grita outra vez! Grita do fundo do

teu coração!
Ahhhhhhhhhhh! Mais alto! Grita mais
alto! Alto, ALTO!!! Mais alto! Sê mais alto que o

trovão!.Grita! Grita!

Grita a dor!
Grita o ódio!

Grita a
revolta!
Grita as lágrimas!

Grita a paixão!

Grita a frustração!

Grita a sensualidade!

Grita a felicidade!

Grita a sexualidade!

Grita
a apatia!
Grita a alegria!

Grita a ternura!

Grita a loucura!

Grita o vazio!


Grita o amor!

Grita tudo, tudo o que tens a gritar!

Não te oiço!
Escuta­te! Ouve­te!
Grita, grita bem alto parta todo o mundo!

Liberta­te nesse grito vindo do fundo de ti!


Grita, como se todo o universo te escutasse!.Grita!"

19 April 2007

W.B. [To] Mr. Butts August 16, 1803

“And the pen is my terror. the pencil my shame
All my Talents I bury, and Dead is my Fame

I am either too low or too highly prizd

When Elate I
am Envy'd, When Meek I'm despisd

My person degrade & my temper chastise

Then my verse I dishonour. My pictures despise

Then I'm silent &
passive & lose every Friend
When I look each one starts! when I speak I offend


Why was I not born like the rest of my race

O why was I born with a different face”

17 April 2007

A Realidade da Ilusão

Do ventre nascem histórias
Arrancadas das memórias
Daqueles dias de prantos
Arquivadas em
cantos

Na escuridão também há luz
Uma sombra que seduz
Uma lagoa sem
fim
E um veleiro de marfim

Oceanos de emoções
Onde se afogam ilusões
Nasce um novo ser
Em
virtude do sofrer

Na luz também há escuridão
Cavalgando num dragão
Uma montanha
em esfera
E um castelo de pedra

Abismos de sentimentos
Onde caem fragmentos
E alimentam o novo ser
Numa orgia de prazer

09 April 2007

My Promise

My promises almost wrought through despondence
In that night when we experience

After that blooded moon

By the
light of the gloom

In the mist I felt your touch
By that light that your skin clutched

An ivory
dream that mesmerize
As my soul grasp paradise

Your pearl skin seized
The odor in which I lived

And grab the bitter feeling

That still
lingers from healing

I feel free from the weight
That for too long made
What my scars have concealed
Became revealed