17 July 2015

conversas vazias de falsos credos
em risos fáceis e de escárnio
subjazem as raízes do medo
de uma escolha sem desígnio

encobre as dobras do pensamento
absorto na quimera que vê
das palavras do esquecimento
às imagens do que lê

mas o riso flui ancorado
onde outrora navegou
afinal o vento era bravo
onde a tempestade acalmou

e perdura uma forte corrente
que arrasta cardumes de ignomínias
onde a ilusão errante
profetiza falsas alegrias

27 November 2013

O Tirano

O cinza pincela o horizonte
Rasga o céu a azul alumbrado
Esboça o trilho de Caronte
Do universo renegado

Iluminura de cor nascente
Deitada em branco celeste
Perdura a força existente
Cortada pelo vento agreste

Onde a pátria jaz reluz
O beijar reflexo do oceano
Sobre a lua que induz
A cegueira do tirano

Em masmorras de vitral
Habitam seres esculpidos
Na ilusão do normal
Saúdam os anjos perdidos

E nestes tempos tenebrosos
Reinam almas esquecidas
Gritam rios aquosos
E palavras enfraquecidas

E o tirano perdura
Na pobreza do ausente
Existência de amargura
Na depressão do crente

15 November 2013

Hope

A dark path has risen
With thorns laid above
Evolving the unreason
While lurking for a dove

Now new trail has to be trodden
Between struggles and uncertainties
A place where hope was stolen
Through a paradox of realities

The hands grasp the obscurity
Amid the torturous thought
Reaching for the dainty
Within the soul loft

But hope shall appear
Ripping that grey sea
Extracting all the fear
As he cry with a plea

14 November 2013

Purificação


Cai a noite abraçada ao vento
Expiada nas constelações
A névoa envolta o momento
Com soturnas movimentações

Erráticos são os desaprumos
Embalados pela melancolia
Afagados pelos energúmenos
Na defunção da agonia

Em olhos sorridentes
E rebentos consubstanciados
Gritam-se ordens decrescentes
De crentes malfadados

Entoam-se cânticos joviais
Nas labaredas que turvam
E libertam os rios lacrimais

E as almas se purgam