07 August 2006

O Véu da Noite


Corre a brisa na nocturna trovoada de verão. Assim como quem não quer a coisa a bruma escala a planície como uma sombra no crepúsculo daquela sensação de vazio que nos enche na solidão daquela imensa angústia.
A penumbra estende-se sobre mim. Nocturno é o vulto que se esconde em lamentos. No feminino se estranha os caminhos da incerteza… De azul se veste a dor.



"Na névoa densa da madrugada,
refúgio da dor angustiada, Cantam rios de sangue,
Sem rumo definido, perdido, escondido.
Dançam rosas na berma do trilho,
Da vida pouco resta senão o desatino.
Na insana frescura nocturna,
Germinam sentimentos de falsa clausura.
Uma miríade de formas evocam a dor,
E a ambliopia da vida fecha-se em flor...

Rios púrpura rios carmim,
No verde gotejante do bosque sem fim;
Mares de sorte da lua consorte,
Na praia da angústia com voz de malícia;
Azul de aurora no rasto de Pandora,
Na estrela correu e no crepúsculo morreu.

Sobre o esplendor da Lua cresce a Flor,
Reclusa e crente na dor;
De forma singela acredita no destino,
Esteja ele perdido ou escondido..."

1 comment:

Anonymous said...

Pena nao escreveres mais (pelo menos no blog! :). Vamos la' a fazer um esforco. gosto da melodia intrinseca do poema. parabens e um abraco b