27 November 2013

O Tirano

O cinza pincela o horizonte
Rasga o céu a azul alumbrado
Esboça o trilho de Caronte
Do universo renegado

Iluminura de cor nascente
Deitada em branco celeste
Perdura a força existente
Cortada pelo vento agreste

Onde a pátria jaz reluz
O beijar reflexo do oceano
Sobre a lua que induz
A cegueira do tirano

Em masmorras de vitral
Habitam seres esculpidos
Na ilusão do normal
Saúdam os anjos perdidos

E nestes tempos tenebrosos
Reinam almas esquecidas
Gritam rios aquosos
E palavras enfraquecidas

E o tirano perdura
Na pobreza do ausente
Existência de amargura
Na depressão do crente

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