26 August 2008

Criatura


Nas trevas do horizonte
Longínquo e distante
Cerrada, a chuva esconde
Uma forma que me espante

A brandura do oceano
Acaricia o penhasco

De onde nasce insano

A sombra e o carrasco

E vejo a inquietude
Na figura relutante

Que se arrasta na finitude
De um movimento dançante


Na ondulação
ele mergulha
Num voo rotativo

Na espuma borbulha

O corpo explosivo

E afoga-se a mente
Num murmúrio de silêncio
Pela dor que não sente
Crepúsculo de sentencio

No comments: