19 April 2006

Esquina da angústia


Como quem não vê não sabe o quanto custa ver,
anseio pelo que vi e não vejo.

Levanto a saia da alma em busca da tua face mas ela não está.
Num torpor azul, em tempos salpicado pelo carmim,
aguardo por aquele vulto tão familiar.
Sento-me na esquina
da angústia a ver as asas do desejo e sonho...
Perscruto o som do vento por novas de ti, mas em vão apelo ao deuses que te tragam a mim.
Mudo para a esquina do sofrimento e enrosco-me em ritos de dor e esperança e grito silenciosamente por ti...
Sou encontrado pela angústia e pela ânsia de uma qualquer visão ou cheiro...

Encontros pela ânsia do Ser
Na vida, no ímpeto de ter
Lágrimas correm em excesso
Um rio ruidoso e complexo

Templos perdidos e esquecidos
Consumidos em dias corridos
De um tempo que passa sem uma cor
Chama que arde sem cor

Na floresta de primavera
O verde e a luz encerra
O nascimento de uma flor
Esquecimento de uma dor

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